O vazio
Grito, grito e grito
E depois penso...
Talvez não posso falar
Afinal são tantas estradas
Mas vou sempre estar andando
Atrás da próxima placa de encruzilhada
Espero fazer o que me cabe ao dia
Um sorriso, um gesto, uma fantasia
Não importa se for mudo
Como frescor matinal urbano
Ou a maior parte da marcha invernal
Difícil de esquecer
Tento preencher o vazio
Urtigante e imune ao tempo
Com algo que eu esqueça amanhã
Mas que hoje me faça ficar longe
Ao vento e lento
Como algo bom que custa a passar
Faz tanto tempo
De tanto tentar
Apareceu o vazio do luar
Se parece com a marcha invernal
E esse ar urbano-matinal
Que me persegue...
Onde estou afinal?
Grito pra depois pensar...