O vazio

Grito, grito e grito

E depois penso...

Talvez não posso falar

Afinal são tantas estradas

Mas vou sempre estar andando

Atrás da próxima placa de encruzilhada

Espero fazer o que me cabe ao dia

Um sorriso, um gesto, uma fantasia

Não importa se for mudo

Como frescor matinal urbano

Ou a maior parte da marcha invernal

Difícil de esquecer

Tento preencher o vazio

Urtigante e imune ao tempo

Com algo que eu esqueça amanhã

Mas que hoje me faça ficar longe

Ao vento e lento

Como algo bom que custa a passar

Faz tanto tempo

De tanto tentar

Apareceu o vazio do luar

Se parece com a marcha invernal

E esse ar urbano-matinal

Que me persegue...

Onde estou afinal?

Grito pra depois pensar...

Aquila Monteiro
Enviado por Aquila Monteiro em 24/01/2007
Reeditado em 15/05/2007
Código do texto: T357624