Eu e João

-Hoje não vou chorar, não faz mais sentido.

Lágrimas,. lágrimas. E se eu cantasse?

-Mas cantar o que João? você nem sabe cantar.

-É. Não sei cantar, então o que posso fazer?

-Quem sabe escrever uma poesia, alegre, claro.

-Mas como vou escrever uma poesia alegre?

Tudo que vejo é um mundo preto e branco,

Um mundo de lágrimas, sem horizontes, olha as flores.

Sem cor, sem brilho, parecem sem vontade,

Até mesmo de serem belas, perderam a vaidade.

-João, só você esta vendo o mundo assim,

Eu estou vendo tudo diferente, bonito, alegre

Ouve a brisa, sente a caricia dela no rosto e...

-Ouvir a brisa... estou ouvindo, até ouço o que diz,

Ela está dizendo: João, mais lágrimas, anda,

Mais lágrimas, João. E o que dizes de caricia no rosto

É um sopro dela para que as lágrimas

Voem mais longe. Em que mundo você está

Para ver tudo belo?

-Estou num mundo de amor, de poesias, de sonhos.

Estou num mudo colorido onde o sol brilha,

Onde os amanhãs com certeza virão brilhantes

Convidando para serem vividos, estou num mundo assim.

-Eu não estou vendo esse mundo.

Você, com certeza, está sonhando, um mundo assim? Ra!

-Sim, é num mundo assim que estou, cheio de vida,

Por falar em vida, João, tu estavas nas nuvens outro dia.,

O nome da "nuvem" era Amarilis, não era? Onde ela está?

-Não sei e não quero saber, passou, nem deixou saudade e...

-João, vira pra mim, você está chorando?

-Você é louco cara? Eu chorar! É o vento.

-Está bem,. é o vento...mas e Amarilis?

-Chega cara, chega.

jose joao da cruz filho
Enviado por jose joao da cruz filho em 08/04/2012
Código do texto: T3600646