Desvelo
O mundo ficou feio,
pois meu amor morre dentro de mim;
frio como o mármore
neste poeta errante...
Fui sonho... Fui eco... Fui loucura...
em berço de cetim,
neste sonho de escravidão
que tenta marchar para vitória.
Deus fez de ti a virgem que vira noite perfumada
em meu leito de mazela que lacera-me o peito.
Neste incerto fado de liberdade peregrina,
cismado pela fragrância meiga de teu suave olhar.
Murmuro aqui ardente...
Leva-me... Leva-me...
A viver do aroma do amor
que embeleza e marcha em meu febril cantar.
Flamejante neste instante
como um véu transparente,
roça-me fantasmas por onde movo meus passos
caminhando em teu silêncio, que não me é ninho.
Fernando A. Troncoso Rocha