soneto do fim do amor
um pouco do amargo do fel,
os poucos que sobraram são teus,
há dias em que eu sou ateu,
e outros que me visto de réu,
do dedo só restou o anel,
do grito só restou o que é meu,
gritando e implorando a Deus,
onde o amor só se encontra no céu,
há dias que a virtude me vence,
um homem descrente, eloquente,
que se perdeu rumando pra casa,
não sei se eu mostro os dentes,
de raiva, de triste ou contente,
pois só eu vi o colorir de suas asas.