Destinoamor

A uma morte repentina no fim dos meus poemas...

Morrem os versos sem se queixar!

Aqui jazz uma lápide de todas as matérias de sonhos,

Uma cama para Deus

Repousar, o peso de sua cabeça!

Eu estou indo embora nas horas...

Vou me descamando! Como o que não volta.

Morro com os barulhos produzidos!

Mais permaneço vivo no silêncio estancado na garganta.

Amparo em mim minhas próprias palavras,

E do precipício da língua escorregadia as seguro caladas.

Morri com o poder das palavras que apodreceram em mim como magoas sem fim.

Córregos de sangue frio e lágrimas quentes.

E depois como semente nascida em palavras;

Sou flor pegajosa ao vento que me enlaça.

Despejo perfume!

Me ampliando sem se conter por ai em parte alguma, que não seja mémoria.

E esquecimento!

Escrevo a pouca confiança que tenho em meus versos...

Escrevo como sentisse fome do espaço das linhas em branco!

E nem sei mesmo se escrevo! Ou se descrevo.

Pouca é a luz, uma luz negra!

Uma opala que brilha como que polida num fundo de lembranças.

Nada ofusca a não ser esta minha solidão, que se procura em palavras.

Que dorme comigo lado a lado em um só corpo!

Mimando versos para seus olhos no horizonte e nas paisagens alheias.

Solidão...

Que muito tenho falado pelo o exercício de poetar esta mesma forma.

Sou uma carne podre comida por germes de saudades

Corroendo o meu peito num afago desastroso!

Vivo absurdamente de se esquecer!

Não são delírios Insolidos, versos sem dimensão!

Agarrado a um punhado de tristezas.

São palavras desmesuradas.

Nelas me planto para nascer de novo, em um lugar vazio a mesa.

Vou morrer com tudo isso que sou!

Com as marcas do meu corpo que apertou,

Tão forte os espinhos das rosas.

Vago meio que sem ar, no peito!

Devaneios escuros e solitários.

Destino inesperado.

Vago palavra por palavra num gesto calmo...

Invento-me! Esperança!

Si tento ser poesia! Sou apenas versos...

Sou feno, em largas planícies ensolaradas.

Sou poeira, sou sertão!

Se me invento pássaro, não sei voar conheço ventos!

Não conheço direção!

Si sou flor vago no perfume pelo vento.

Minhas pétalas são Mal me quer.

Quantos de mim serão reinventados com esta mesma fragilidade?

Quantos desses meus corações sucumbirão ao desejo?

Eu estou sangrando em círculos por estes céus desbotados em silêncios e promessas

Como uma forca atada no pescoço, um mergulho no poço, um passeio no túnel escuro sem luz no final!

Destino meu...

Destino só!

Destino mudo...

Destinoamor.