Manta de retalhos

O vento suave deu seu frio abraço,

Bailava por entre os dedos a luz da lua

Preenchendo o vazio, ocupando o espaço,

Precisava me aquecer... Tomara que o frio diminua...

Peguei do meu ser alguns cacos, aqueles velhos pedaços

Que outrora tentei esquecer e não consegui,

Decidi juntar retalhos e fui para o terraço,

Grande ideia e como criança sorri e corri,

Juntei a minha frente panos cortados... Minhas memórias...

Entre eles nossos planos e promessas perfeitas,

Nossa primeira mensagem, marco da nossa história,

Aquele boa noite onde agora deitas,

Juntei o "bom dia" que brilhava no nascer do sol,

O olhar forte e meigo que serviu de anzol,

Peguei aquele beijo suave que foi perdido,

O futuro sonhado que seria preenchido,

Tomei aquele doce sorriso em te ver,

E separei a vontade de todos combater,

Coloquei junto com o "pra sempre" que foi dito,

Aquele poema seu que eu tinha escrito,

Seu carinho de mansinho no meu cabelo,

Seu abraço onde fundei meu castelo

Suas histórias e seus martírios

Seu gesto quente, meus delírios,

Suas musicas favoritas, suas juras desmedidas,

Os planos de viagem, um pedaço de coragem

O foco de luz, o som que compus,

O caminho do metro, o teatro retrô

Minha espada, meu escudo e armadura,

Minha cantada, o amor mudo e a sua doçura,

Peguei o fio de aço e passei na agulha da vida,

Entrelacei este maço com as linhas do destino

Costuradas com sentimentos e trabalhos,

Fiz o que mais parecia um figurino

Cobrindo meu raciocínio na minha manta de retalhos.

Thiago Kalil
Enviado por Thiago Kalil em 19/08/2012
Reeditado em 19/08/2012
Código do texto: T3838825
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