MADRUGADA TRISTE

Somente meus passos ecoam
no orvalhado asfalto da minha mente.
Não tenho pressa ou destino
apenas sigo, enquanto a cidade dorme.
Preciso assentar ideias, ordenar pensamentos,
entender o que me trava!...

Numa parada de onibus espaciais, me sento:
preciso pegar qualquer coisa que me conduza
aos meus labirintos interiores!
A lua crescente parece me sorrir, irônica...
Somos duas ridículas nos mirando, penso...
Retomo a caminhada.

Nem uma única alma!
Alguém, qualquer pessoa comum,
para me desejar uma "boa noite!"
ou "bom dia!",
ou ainda "bons voos!"

Faço o caminho de volta...
Adentro na realidade e
agora teclo essas palavras a esmo,
como se elas tivessem o poder de reter
toda a angústia
dessa madrugada triste.

HERMÍNIA ROHEN
Enviado por HERMÍNIA ROHEN em 27/08/2012
Código do texto: T3851109
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