A Única Coisa Que Me Restou

Não posso dormir agora, se eu for vou ser consumida pela dor;

Serei consumida por a solidão, por a fúria, pelo sentimento que ainda

Me mantém viva, este sentimento fervoroso, irracional...

Este sentimento ao qual devo minha triste e solitária vida.

_Meu amor! Este grito continua preso aqui dentro de mim;

Um grito profundo, estranho, confuso, perdido, apenas um grito.

Ficarei louca se dormir agora, meu sono não me faz repousar,

Há muito tempo não sinto a paz que outrora dominava-me.

Outrora meu coração transbordava e corria para o sono como

Se corresse em direção ao paraíso perpétuo...

Hoje tenho medo do sono, por que ele me tira a vida, me assusta!

Meu sono é meu assassino oculto, mata minh'alma, cala-me tudo.

Este sono maldito arrasta-me como um vendaval poderoso,

Mas tento resistir e luto para permanecer, pois minh'alma tem medo,

Um medo de em sono morrer! Continuo lutando contra este drama no qual

Minha vida miserável se transformou... Continuo acordada para não morrer.

O cansaço me domina e por hoje cansei de lutar, meus olhos pesam,

E um novo dia irá raiar... As luzes da aurora ainda não clareiam;

Elas ainda não vieram me buscar, estou na escuridão perdida em pensamentos;

Pensamentos melancólicos, tenebrosos, nada mais além de sentimentos.

Já me vou, pois tudo aqui faleceu, meu sorriso murchou, minha dor nasceu,

Envolveu-me... Agora não tenho mais o que temer, pois o que tinha de acontecer

Simplesmente aconteceu... A razão já parou de ser, o medo se foi...

Escondida dentro de mim, a única coisa que me restou foi Solidão...

Anna Araújo
Enviado por Anna Araújo em 23/02/2007
Reeditado em 23/02/2007
Código do texto: T390478