Solidão Exótica

Luizinho. Quinze anos. Lindo menino!

Belíssimos olhos azuis, corpo de atleta.

Vivia angustiado, sempre alerta,

Pois era tratado com todos os mimos.

Seus cabelos loiros pareciam seda

E ele os tratava com bastante orgulho,

Mas sua vida era pálida, cheia de embrulhos,

Plena das mais inconfessáveis facetas.

Um dia despiu-se diante do espelho,

Seu corpo imberbe apresentava transformação lenta,

Em sua pele macia a mão desgovernada enfrenta

Uma auto-carícia no púbis branco e vermelho.

Logo uma intensa sensibilidade aflora

E ele se vê envolto em grande excitação,

Sua mão nas órbitas faz dançar num enorme tesão

Um espesso conteúdo que traz o tremor da aorta.

A outra mão percorre o tórax de veludo

Em que pequenos mamilos estão cheios de desejo,

Os dedos apertam levemente essa vitrine de lampejos

E da boca escapam exóticos delírios sobre o corpo desnudo.

O baile das mãos silencia o agitado coração

E no auge do prazer ouve-se um último gemido,

A massa branca que navega até o encantador umbigo

É o produto que enobrece singular sensação.

Breve sorriso delata na alegria a auto-afeição

E o espelho fotografa nádegas perfeitas,

Um banho revigora as energias desfeitas,

Mas as horas retomam uma rotina carente de emoção.

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 02/10/2012
Código do texto: T3912909
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