Dez e onze
Estou tentando não pensar,
Mesmo comovida de apreços.
Meus hábitos venho a silenciar,
Feito cortina velha de adereços.
São dez e onze aqui por dentro,
E lá fora, a mesma hora zonzeando.
O sol quase no centro,
Nem tão solitário, memorando.
Então, assim quieta, latejante,
Estas telhas recolhem meu vapor;
Esta cama doce, excitante,
Um dia induzira velas de amor.
Num tempo como este, bronzeado,
Nada forjava a plenitude.
Em beleza extrema, adoçado
Por dose extra amiúde...