MORRERAM

MORRERAM

Apenas o silêncio os une

A vida os é imune

Nada mais entusiasma

São fantasmas

Separadamente juntos

Indecifrável conjunto

Sem presente e futuro

Só desconjuro

O fato é que de fato

Cobre-os o mesmo teto

Agora desafeto

Pela ausência de tato

Pelo sim pelo não

Mantida a desunião

Visões são do inferno

Destino ad eterno

Lado a lado

Destino comum

Um mais um

Somam nenhum

Par sem parceria

Ímpar catalepsia

Soma sem adição

Tudo em redução

Seguem os segundos

Não mudam seus mundos

Ficaram para trás

A moça e o rapaz

Sobraram as carcaças

Carcomidas desgraças

Restos de vivalmas

Corpos sem alma

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 13/10/2012
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