Eu e a desesperança
Não cabemos nós duas no mesmo recinto!
Quando chego e não te vejo sair,
fica aquela insistente ânsia
que, diariamente eu sinto;
Nada faz dissipar
esta tua indesejável presença,
nem nunca existirá algo que me convença
que a felicidade possa existir...
Mas é a ti que tenho de verdade
pois, alem de ti, devo esperar
somente a saudade...
já o amor, aquele que tanto queria
é tema de poesia
e fica apenas na causalidade...
Ficamos tu e eu
abraçadas na passividade
e quem eu queria
afasta-se nesta terrível distância
que o tempo não conseguirá juntar...
Como vingança
deixo-te definhar sozinha
e eu, guardo apenas a dor
ainda que doa, é puro amor
e tu, és unicamente desesperança...