FOLHA AO VENTO

Dias longos,
noites perpétuas...
O silêncio grita
a solidão em mim contida.

Sonhos frágeis,
desfolhados pelas trapaças do destino.
Fantasias despidas pela realidade
de um tempo implacável e ligeiro.

A angústia sempre tão latente
corrói as esperanças,
destrói as lembranças
e ocupa o coração sem abrigo,
que mendiga por um amor amigo.

Existência inexistente,
sentimentos adormecidos,
emoções enfraquecidas
nas decepções sofridas.

As estrelas perderam o brilho e fugiram,
luar me escondeu seu sorriso;
um céu desocupado de luzentes astros,
carregado de nuvens escuras
invade meu  frio espaço
e nele me refugio, em saudades...

Pois neste vazio, ora me encaixo!
Desejando que a brisa sopre meu pranto
e minhas preces cheguem aos seus ouvidos...
Com você sou calmaria,
quando aporto em seus braços, sou completa
e a vida brota livremente.

Sem você, fico sem rumo,
perco o prumo...
Sou folha solta, ao sabor do vento
e morro lentamente...

2005

Anna Peralva
Enviado por Anna Peralva em 03/03/2007
Reeditado em 15/10/2009
Código do texto: T399938