Rendição

Hoje estou chateada.

Com os olhos espichados,

Contemplando o belo...

Estou chateada.

Vejo,

O mar longo e vazio... belo.

O mar imenso e vazio... belo.

Suas areais brancas vazias,

Completam sua beleza.

Mesmo que não haja ninguém nas suas areias brancas,

Nem ninguém nade no verde intenso de suas águas.

A tríade, areia, mar e montanhas,

em um fundo distante, solitário e belo,

envolta por um profundo céu, certamente,

a solidão da paisagem atenua.

E a minha chateação, quem há de atevuar?

Solidão que, vez por outra, é quebrada,

por uma pessoa, lentamente, caminhante,

qual uma alma penada.

Em meio ao sol escaldante,

ela irrompe,

sozinha ou acompanhada.

Às vezes, por uma pessoa.

Nunca mais que duas.

Outras vezes, por uma criança,

Ou, por um cachorro,

Sempre na posição de quem nada parece falar.

Passa passo a passo,

contínua e lentamente, e...

quando termina o seu passar,

a paisagem grande, distante, solitária e bela,

mais bela fica e maior, cada vez mais.

Quase eterna.

E diante de tanta beleza e,

dessa quase eternidade,

a minha chateação passa a ser,

um quase nada.

(de Assis Furtado – 21/12/12)

Francisca de Assis Rocha Alves
Enviado por Francisca de Assis Rocha Alves em 23/12/2012
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