Rotina

De dia, o sol me atrapalha as pupilas

De noite, a escuridão me confunde as retinas

De dia, as janelas se abrem exageradamente

De noite, conta-se cochindo os segredos

De dia, o orvalho umedece a lágrima

De noite, a lágrima companheira deita comigo em meu leito

A morte se avizinha de madrugada

E se afugenta bem de manhãzinha

E a brisa seca da manhã

me transmite uma paz nostálgica

sem muita verdade,

mas constante e morna.

Espero seu bom dia chegar

o café fresco,

a água do chuveiro obedecer a lei da gravidade

e todo meu cansaço escorrer lânguido pelos

ralos do mundo...

De dia, os toldos são protetores

E de noite são sombrios

As sombras sussurram sobre alguma existência

e tudo torna e,

transtorna novamente em pura rotina

Lá vou eu de novo

a esperar por outro dia...

Viver partindo e chegando

num infinito pendular

GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 08/03/2007
Código do texto: T405503
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