É verão, sei lá!

Bum, bum...

Bate em meu peito um coração

Bum, bunrum, bum,bum

Sai do aperto solidão!

Hoje o rio desce enquanto a poeira sobe

As fendas se fecham, escurecem...

Lá vejo o amarelo, o verde, o vermelho...

Porém aqui tudo ainda é cinza.

Maria do gueto já foi sambar

Da minha janela, fervendo vem passar.

Hoje cego, surdo, que do canto não me desloco

Tão quieto, imóvel como um bloco.

Ele um dia foi chiclete

Hoje apenas um banana

Sem asa nem uma águia para o guiar

Sem cheiro, sem amor pra dar

Perdido no paraíso

Sem ao menos uma pequena Eva

Não restou-lhe nenhum abada

Mas ainda tem uma fantasia

Ainda escuta o tambor:

Bum, bum...

Bate em meu peito um coração

Bum, bunrum, bum,bum

Sai do aperto solidão!

Daniel Vitor de Almeida
Enviado por Daniel Vitor de Almeida em 11/02/2013
Código do texto: T4135284
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