Somente Solidão

Somente Solidão

Nada mais resta, senão a solidão.

A solidão de amigos, que não faz falta.

Que é chateação da prosa de pouco valor

Sem aroma ou sabor!

Há quem os culpe por ser intrépidos.

Nada mais resta senão a solidão

A solidão das cores amores perdidos esquecidos

Nos porões da alma inquieta pelo cair da chuva

Que nos dá vida e faz sentir saudade.

Nada mais resta, senão a solidão de portas abertas.

Abertas à vida ao desamor ao amor tênue pálido

Contrastando a paixão sempre voluntariosa impávida!

Nada mais resta, senão a solidão!

A solidão dos jardins, das rosas, das ruas nuas e calmas.

Do grito na escuridão da noite.

Do pranto no lençol revirado pelo corpo maltratado.

Outrora amor, agora, não há luz sobre a fresta.

Do barulho do mar trazendo saudade cheiro e dor.

Sonho ao leu vôo de beija-flor!

Nada mais resta, senão a solidão como sol adormecido.

Animal ferido a cada dia desvalido.

Caminhando por caminhar do nada para algum lugar.

Não há o que cantar!

Quatro paredes de um deserto quarto em uma rua igualmente

deserta, desnuda, desabitada, incólume.

Entregue à própria sorte daquele que fala ao leu.

Sentado em seu catre acorrentado de emoções vãs e sonhos impródigos!

Amantino Silva 24/08/2012