Valsa Só

Venho de longe, de muito distante

Além do horizonte de descaminhos,

Daquela terra em que dançam sozinhos

Meninos que choram seus diamantes.

E sempre se juntam às melodias

Que entoam sombras, ressoam fumaças,

Seus calcanhares se tocam com graça

Até se banharem com a luz do dia.

E eu, novamente, na Valsa Só,

A valsa que só e que tão somente

Só quer atenção de toda essa gente

Que só emudece ao primeiro dó.

Eu, somente, aqui e a Valsa Só,

Talvez só por hoje, talvez pra sempre,

Talvez pra que nunca mais eu me lembre

Do insípido gosto de amor maior.