ÍNTIMA
Íntima
Que sonda minha cama
Que ronda minha chama
Fogo-fátuo das madrugadas...
Íntima
Que ri quando sou água
Que zomba quando sou mágoa
No silêncio da luz apagada...
Íntima
Cutuca meus medos
Exuma segredos
Revirando alvoradas...
Íntima
Apocalíptica
Desafeto palpável
Intrusa não convidada...
Solidão
Que se tornou tangente
Ausência tão presente
Ampulheta maldita na minha caminhada.
À meia luz
Ela me olha
Tão ébria quanto eu
E diz
Que será o que tem sido há tempos
Íntima
Minha
Eterna
Solidão...