Gota

A gota é pequena

E, ainda é efêmera.

Escorre pela flor.

Passeia pelo abismo.

No suor do rosto,

na lágrima de desgosto,

no sangue que mancha

a camisa que esqueceu-se

da alvura

e bordou a sombra

da loucura e do perecimento.

Sofrimento

Fragmentado e inteiriço.

O silêncio das catedrais

Erguido por entre as pilastras

Abrigado sob os capitéis

Silêncio estampado

na face dos santos, na liturgia

da missa.

A pantomima

dos gestos, dos sinais

que tentam construir a

ponte entre o sagrado e o humano,

entre o divino e o pecador.

Na reverência diária de acordar.

Ver a face da manhã

sob os raios do sol,

E ver a face da lua no

Enigmático pontilhado das estrelas.

Ver, ler e enxergar...

E, encharcada de alma...

Secá-la ao vento do devaneio...

Deixar os pensamentos flanarem

Sem compromisso com a realidade...

O abstrato e o inconsciente conversam

animadamente sobre vida, morte,

finito e infinito.

E, cabe tão exatamente numa gota,

Dentro de um cristal e num diamante

Tanto quanto cabe na imensidão

da ignorância.

Vasta ignorância que nos faz pensar

que sabemos de algo.

GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 12/03/2013
Código do texto: T4185293
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