MORTAS MORADAS.

Busquei inspiração na casa dos mortos,

Pedi uma aos vivos,

Mas me ignoraram...

Os mortos desconhecem onde moram,

Somem num mar de sonhos,

Sem cais nem porto.

Os mortos não me viam

Ali, perto,

Levei-lhes tudo,

Dos sonhos,

Ao último adeus.

Do sono, o eterno.

Das linhas mortuárias,

Um livro intacto,

Retirei de cada epitáfio.

Olhares,

Pedras preciosas,

Tesouros raros!

Relâmpagos verdes,

Via-se

Por baixo d’agua!

Nas capelas, o aroma.

De jasmim e cravos,

Que a mão já tremula,

Busca alcançar.

Minh’alma e espelhos

Mármores,

Refletem o frio cadaver

Que me tornarei,

Dos restos dos meus ossos...

Quem sabe onde andam?

Sovem lágrimas

Difíceis de reter...

Quem sabe a lama aonde irão

Me esconder,

Brote frutos aos vivos

Que me ignoraram.

Tomb
Enviado por Tomb em 19/03/2013
Código do texto: T4197030
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