Perda consolável

Nebulosa sensação de perda vem me visitar em mais um dia plácido, sinto-me extenuada em meus pensamentos e vaguei-o em uma lenta e desprovida vontade de lutar.

Anseio-me ao fim do dia, pois inócuos são os detalhes da causa dessa sensação. Me sinto lentamente sossegando no conformismo de não mais fazer absolutamente nada. Porque fazer algo contra esta sensação que me inquieta e desta forma me mantém alerta ao mesmo tempo? É algo contraditório querer sentir-se incomodada e ao mesmo tempo conformada? É algo inumano querer provar das mais primitivas sensações de quietude?

Ergo-me aos poucos, sentindo um turbilhão de sensações de angustia, de medo, de euforia desvairada de me querer sentir viva. Muitas vezes sinto desconsolo, sofreguidão e uma súbita e latente vontade de absorver energia alimentam meu ser mais uma vez.

Paradigmas que nos norteiam também nos condenam quando algum anseio se diz contrário as regras criadas para ser menos sofrido agir de uma determinada forma, ou pensar seguindo um padrão criado por experiências próprias de outrem, com sensações limitadas àquela situação particular.

E no fim, por mais uma vez deleito-me por não decidir nada e com isso não me sentir incapaz de viver e conviver com as limitações do outro, por não ter a complacência de entender as minhas razões. Querer demais?