Angústia
No Domingo à noite, eu tenho medo.
Que a natureza se esqueça.
E não amanheça nunca mais.
Eu tenho vontade de convidar todos os homens.
A puxarem o horizonte.
A vinda do novo dia.
No Domingo à noite.
Eu preciso de amor.
Muito, muito amor.
Preciso de conversa amiga.
Tenho medo de voltar pra casa, e encontrar as luzes apagadas.
Temo que a angústia me sufoque
Temo que a noite seja eterna.
E minha solidão costurada de lembranças.
Clamo por meu amado.
Ouço lá fora o silêncio.
E minha angústia cresce.
Amanheça! Amanheça!
Grito a todos pulmões.
Que se ascendam as luzes de todas as casas.
Para que eu me certifique.
De que nessa noite.
Também existe vida.