LOUCURA
O quarto no breu da madrugada
E eu revirando insone em divagações...
Vezes incontáveis inicio um verso
(sob a luz de um cigarro)
Falando das flores de maio...
A casa está vazia
Tanto quanto eu
Como um mausoléu...
Uma loucura manobra meus sentidos
Abafo gritos
Represando lágrimas...
Não queria ser quem sou agora:
Essa mulher encerrada no silêncio
Faço parte do pó da mobília
O pó das lutas travadas dentro de mim.
Os outonos insustentáveis dos maios anuais
As flores que caem ao solo
Porque é assim que tem que ser o ciclo,
O cio
O vício...
Na madrugada
No eixo da realidade
Eu escrevo torto em linhas retas...