Um Tango ao Silêncio

A tarde caminhava para o anoitecer,

Os sinos replicavam pela cidadela

D’onde uma mansão fazia-se vistosa,

Também d’lá soava virtuosa uma viola

Parecia saudar o crepúsculo, a solidão!

No alto um céu de estrelas costurava-se

Fazendo das águas espelho, reflexos do sentir

Estendiam-se pelo salão, o dançar das cortinas,

A névoa cobrindo as flores de ternura, pela noite

O beijo em nostalgia quando porta se abriu!

Dos longos tecidos a face em prantos,

O tango em silêncio pelos ladrilhos em branco e preto

Servindo como pauta ao verso que nascia, em giros,

Rodopios que só a poesia decifra em rimas,

Ou alvas palavras oriundas do peito, da lágrima,

Do enigma coração!

Quiçá do tempo que rompia o luar,

Ao chão foram-se as sedas, desnuda-se a alma,

Lamentava-se pelo corpo envolto em pétalas

Em círios de um mesmo amor resplandecendo,

Fantasiando cada equinócio partilhado pelo âmago!

27/07/2013

Porto Alegre - RS