INVERNO DA PAIXÃO
 
 
Na quietude do orvalho a cair
Ouvi ruídos das flores ao relento,
São lamentos ao vento em queixumes
Das juras em açoite
Da chuva a correr...
Que em silêncio encharca a terra
Os outeiros,
Nos vedros que embebem as sebes
Dessedenta a terra.
E respingam temores.
 
Em dias gélidos...
Sofre podas enxertos
Os reveses da flor
Causando-me dor,
Tal qual uma paixão
Sufocada no peito...
Que arde em tormentas
Em nostálgica distância
Da solidão de uma
Noite de inverno
Sem ter seu calor...