Pneumonia de sentimentos

Solidão, estrela apagada numa noite escura,

cada suspiro meu ecoa em um universo vazio,

coração que maltratado continua sua tola procura,

esperando um recomeço do fim ao nada,

chorando lágrimas de um passado tão próximo,

me debatendo entre memória e esquecimento tardio,

espiando por frestas de uma janela fechada,

enquanto a chuva inunda os arredores,

permaneço preso à minha pneumonia de sentimentos,

e nada que eu diga consegue ser um consolo...

Tristeza, sonho esmaecido em minha insônia,

cada sorriso meu torna-se mais escasso nesse deserto de ilusões,

coração que despedaçado permanece com sua malograda fé,

esperando um abraço nessa nevasca de silêncios,

gritando sem acústica na proa de um navio naufragando,

me chocando com cristais de um candelabro que se queda,

enquanto as pessoas se trancam em suas vidas,

estou aqui tentando carregar o peso do mundo em minhas costas,

e nada que eu escreva consegue me libertar de mim mesmo...