O Ser Provisório

 
Desencanto não é tristeza,
É perda irreparável,
Portanto, oculto vazio,
Para todo e sempre.
Um eterno tempo,
Que se duvida existir,
Mas que quer existente.
Entre nascer e morrer,
Esta é toda dialética do mundo.
O antes e o depois,
É ansiedade oculta,
É página em branco,
Ou então livro já escrito.
Na ilusão dos fragmentos de tempo,
Brincam pedaços de passado,
Estilhaços do presente,
E o caos do futuro.
Saudade da imaginação,
Sentir a falta de velhos mitos,
Explicações poéticas,
Destruídas pela irritante razão.
Quanto de lucidez se deve atingir?
E o resultado,
Parece um deserto,
Uma vastidão de areias,
Em então ansiar por um milagre,
Pela utopia de um oásis,
Pelo delírio incandescente,
Da intervenção divina.
E então aquietar o coração,
Respirar fundo,
Fechar os olhos,
Mergulhar nos sentimentos.
Perder-se da realidade,
Perder-se do comum dos dias,
E não encontrar o encanto,
Mas desafiar a loucura,
E de modo heróico,
Sobrevivendo por mais algum tempo.
 
 
06/04/2013
Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 28/10/2013
Reeditado em 23/02/2020
Código do texto: T4545030
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.