Preto e Branco
Do cinema mudo às historias antigas
De pseudônimos vem o significado
De uma vida sem cores e bipolar
Que escolhi pra mim e sempre vou estar
Do astro rei, a vida branca
De calor e alegria emanados
De um brilho que me deixava lento
Pois o amor te torna um bobo
Do satélite, a morte negra
O que decidi negando a alegria que recebia
Como ocorre na física do espaço
Escolhi sem saber a simbologia neutra
Já que em boas mãos já esteve
Enquanto aqui fico sozinho por escolha própria
Pois sem o sol a lua esfria e perde o brilho
E faz jus a tua critica
Não vejo o que será de mim
Uma peça solitária no quadrado negro
Pois ainda não existe uma lua nova
Não existe uma vitória invisível
Um alienado numa terra estranha
Assombrado agora pelo passado infame, tentando negá-lo
No eclipse da escuridão eterna
Fingindo haver luz com a vela de reza
Da parte negra tem-se a minha residência
A estadia no inferno
A permanência na morte escura e fria
Sem nada nem ninguém para trazer-me de volta a luz
E na clareza está o tempo
Que depois de uma ida ao mar passa sem deixar rastro
Despercebido aos olhos e ao coração
Passando em branco sem boas lembranças
Acontecimentos vêm acontecendo sem que eu veja ou me preocupe
Nenhuma lembrança calma recente
Fazendo com que um ano passe todo despercebido, sem deixar saudade.