Há quase 8 meses
Não sabia que seria hoje, agora, assim e com essa trilha sonora
Que voltaria aqui e falaria
O que aconteceu nesses quase 8 meses
Que me jogaram justamente aqui, neste lugar que, na verdade, não sei onde é
Vim dizer que o mar só apaga as pessoas ao final
Parabenizam e somem em dor e costura
Pontos que sobram e doem
Para não esquecer o que se passou
Moribundo jogado na beirada da cama ficava ali esquecido
Depois de esquecer o presente que tinha trago do litoral
Meu Deus
Esse texto não tem nexo algum!
Custa falar logo o que aconteceu?
O corte, a carne, o ponto, o inchaço e a dor
E a força física e emocional de atacar genitores que se autodestroem
Precisar se prejudicar para prejudicar todo o mundo
Ver a separação diante de seus olhos doentes que viram cachoeiras de lembrança
A crise no túnel do tempo mental me fazendo tremer
Com revelações
Descartes
E abortos
Não obstante, o pra sempre acabou
Multiplicando a doença, jogando com o doce do gosto amargo na boca
E aquele calor gélido e ansiado na boca do estômago
Vem à minha casa sem motivo
Pra acabar o que ainda sinto por dentro que seria especial e eterno
Um futuro harmonioso garantido que me fora tirado do sentimento
Me deixando no esquecimento sem causa
Só razão mundana, de cabeça vazia, desumana, e por aí vai
Mas não quero relembrar nojos e raivas aqui
Citei para, quando o ler, me lembrar
Essas linhas serão ocupadas com os acontecimentos
E esquecimentos
De amizades fantasmagóricas que sumiram e me deixaram aqui
Não sei mais quem eu sou, nem quem está comigo
Se há alguém ou alguma coisa comigo
Me devolveram pro lugar isolado onde não deveria ter saído
Até hoje tendo viver na normalidade que tinha há alguns quase 8 meses atrás
Mas não há risos, piadas, entorpecimento
Amnésia ou maquiagem
Que preencherão o vazio que o mundo me deixou por dentro