O HOMEM QUE ALIMENTAVA PÁSSAROS

Mais um dia nasce, e a mesmice do dia a dia renasce.

Os olhos se abrem, mas a mente ainda é a mesma, assim como os sentimentos tristes que outrora nasceram.

O café da manhã é tomado, e no silêncio daquela casa, ninguém está ao seu lado.

A janela brilha com o amanhecer, e por ela um olhar solitário insiste em padecer.

Pensamentos ao vento, e sentimentos ao relento, assim caminha o homem com seus passos lentos.

O caminho até a praça da cidade é demorado, mas este trajeto depois de muito tempo é superado.

Chegando na praça, um banco vazio parecia o velho esperar, que sem rodeios nele se põe a sentar.

Em suas mãos tremulas, um pequeno embrulho mantinha a segurar, como se esperando alguém ali chegar.

Passam-se alguns minutos, e do céu descem algumas aves devagar, que como se soubessem dessa visita, o velho começam a rodear.

E vendo aquilo, no seu rosto pálido e triste, um pequeno sorriso ainda existe.

Ele abre o embrulho, e de dentro dele com muito orgulho, retira algo e lança ao chão, fazendo a festa das pequenas aves que comem aqueles grãos.

Os grãos acabam, os pássaros vão embora para uma nova tentativa de se alimentar, enquanto que o pobre velho no caminho de volta se põe a caminhar.

Muitos dias desta mesma mesmice na vida daquele velho vieram. Até que um dia aquele banco da praça não mais recebeu sua presença.

E numa confusa sentença, na vida do pobre velho os dias de mesmice um dia se findaram com o mais lindo revoar. Pois no céu agora, aquele mesmo velho é um pássaro a voar.

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