Irreversível
Não há mais nada a ser feito ou dito
Cessaram meus passos, agora sou mito
Não me vejo mais no que no espelho fito
Em mim, nem eu mesmo mais acredito.
Pálida lembrança do que já fui um dia
Arauto de um fim que se anuncia
Bêbado na sarjeta com a garrafa vazia
Corpo sem alma, desgastada fantasia.
Impassível, aguardando as Moiras chegarem
Meu tênue e desgastado fio da vida cortarem
O irreversível ponto final nessa agonia colocarem
Meus parcos restos a terra finalmente retornarem.