SOZINHO, ACORDADO

sozinho, acordado

nas esquinas próximas á minha casa

eu nao encontro o conforto

eu não encontro o auxílio

eu tenho algo dentro de mim

que me faz crescer a cada dia

não sei se é essa ansiedade que tanto me maltrata

ou se é minha vida que é um pouco corrida

eu recebo um telefonema

á meia-noite ela me dá uma canção

não sei de onde vim e nem para onde vou

eu não posso vender os meus poemas

eu não posso comprar o teu amor

ó amigo que já me esquece

eu sou a linha branca, fina e reta

a pendurar não sei o quê

fina e reta

a filtrar amarguras, por ventura.

eu luto a cada dia pela minha vida

mesmo meus inimigos fazendo dela seu chão-pedregulhos

parece que nada é real

-eu sei que não é-

onde vou parar com toda essa minha angústia?

eu escrevo pras paredes

eu troco idéias com os espíritos

eu não sei aonde isso tudo vai dar

me mostra o caminho do Sol?

eu quero rezar sem enlouquecer

não queria tanto ter que pagar pelo seu "bom dia"

problemas "above" problemas"

eu acho que eu preciso dar uma sacudida na minha cabeça

para definir enfim "o que é ser livre"

os Santos não falam

as concórdias não se perpetuam

como faremos para caminhar para trás

se o abismo nos é tão próspero?

é o pulo da sacada

é a bala perdida não noticiada

-eu sei que vocês sabem que estão pelo fim!-

é a palavra vociferada

é o sonho não realizado

é a paranóia constante

é essa forte solidão atada aos meus cadarços...

Rônaldy Lemos
Enviado por Rônaldy Lemos em 15/05/2007
Reeditado em 15/05/2007
Código do texto: T487791