Terreno de Trincheiras

As névoas e as lembranças...outras armas vistas!

O horizonte amigo enfurecia as nuvens amargas...

Um corpo persiste em me olhar sinistro e sem amor

E nas ruínas sou a sua solitária paixão encantada...

Numa velha igreja sem flores ou deserta de credos

Eu vi sombras incertas de quem ousava felicidade...

Andei de pernas bambas em delito soçobrava medo!

Nas ruínas de meus milagres serei santa incrédula...

E eu ficando distante pois o pensamento adia dores

O mundo que vejo alivia seus cegos cavaleiros vis...

Estarei acaso morta ao pressentir ilustres passados?

A perambular de seio arfante e corpo a ferir-se nú...

Em minhas vestes antes belas guardo a comida rude

Numa época de ensaios de guerra e morte risonha...

Vejo homens sem alma, agora que a névoa desistia

Entabulando conversas perdidas ou chorando rezas

Parte de meu coração querido os querem redivivos!

A solene compaixão de beijar suas faces cansadas...

Sou a sua luz, o seu remédio, a sua carne bendita

Alguem os olha e as ruínas dos homens são covas...

E eu portanto refaço os passos de menina e mulher

Desejando enfim que essas visões não virem sonhos!

Jurubiara Zeloso Amado
Enviado por Jurubiara Zeloso Amado em 13/07/2014
Reeditado em 14/07/2014
Código do texto: T4880745
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