Surfista Prateado

Sobre os escombros do passado, projeto meu futuro

Tenho observado a soberba dos homens

Na companhia de mil sóis no infinito firmamento

Deslizando em céus de escuridão

Na cegueira estelar da desilusão

Nos negros abrigos da solidão

Eu vendi minha alma, sim

Porém, intacta permanece minha dignidade

Arauto das boas-novas, anjo da destruição

Eu apaguei todas as máculas de minha carne

Eu abdiquei do mais intenso e sincero amor

Tudo para preservar a integridade de uma raça superior

No confinamento, no exílio, uma lembrança me mantém firme

Veja, eu sou o mesmo, mas é tão difícil para você entender

Eu não quero continuar, mas não consigo morrer

Uma encruzilhada, um embaraço de dimensões

Expansão do universo, regressão do homem

Embora além do tempo, esses vermes ainda me consomem

Nos caminhos que levam ao sofrimento

Nas memórias que afogam esperanças

Eu busco a rota do discernimento

Eu achei que todas as estrelas brilhariam por mim

Mas no fim, quão ingênua pretensão...

Eu recebo a decadência como recompensa, sim

Eu achei estar tão acima da imperfeição

Eu pensei em conter a emoção

Mas enfim tão próximo estou da rejeição

Isaque
Enviado por Isaque em 16/05/2007
Reeditado em 17/05/2007
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