Noite

Doce companheira que o poeta adora

Formosa imensidão que inspira versos

Cultivas o orvalho que embeleza a flora

Mas, trazes os demônios e tufão perverso.

Compartilhas as dores do nefasto silêncio

Que como o deserto se moldura ao vento

Sublime escuridão que transcende minh’alma

Fulgurante razão que a tristeza acalma

Ai, insano momento que alimenta tua sombra

E como sombrio cupido de tamanha tristeza

Açoita minhas chagas com tamanha penumbra

Isolando n’alma as rochas de tua natureza

Em teu acalanto de noturno brilho

Sigo sem rumo em teus extensos trilhos

Suspirando em teu seio o abismo profundo

E a ermo entregue, nos teus braços durmo.

Recife, 19 de Agosto de 2014.

Fabiano Fernando
Enviado por Fabiano Fernando em 19/08/2014
Reeditado em 19/08/2014
Código do texto: T4928634
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