TRILHAS DA FANTASIA 

 
Quando a brisa mansa tocar seu rosto,
sou o alado suave beijo
que voa pelo espaço,
e satisfaz meu desejo.
No sopro da brisa que me conduz,
quando me aninho em seus braços
somos fragmentos de luz.
 
Meu olhar se desnuda
e as verdades são confessas,
mesmo em palavras mudas
pode-se ler a sagrada promessa,
ao som cristalino da melodia
que transpassa a distância
e clareia o escuro dos meus dias
em estações de espera...
 
No peito sempre em descompasso
onde seu lugar é vazio,
tento ainda meio sem jeito
caminhar com os meus passos.
O meu sonho eu persigo
pelas trilhas da fantasia.
 
Sua imagem sempre comigo
a saudade alivia.
Sou o tempo exato da verdade
onde o amor envolveu-se
em vãs euforias
e um véu esgarçado de tanto uso,
dificulta fantasiar a realidade.
 
Sou essência da pura emoção,
em meus devaneios transponho horizontes
e morro de sede no árido deserto,
não sou mais parte integrante do seu espaço,
nem o corpo onde habita seus anseios.
 
Ora sou, açude ressequido
pois sacia sua sede em outras fontes.
Chora a alma num canto sofrido,
emoções descobertas sem rumo certo.
ecoam no ar, lamentos , gemidos,
na poeira dos sentimentos
sou folha morta, vagando ao relento.


27/02/2007

 
 


Anna Peralva
Enviado por Anna Peralva em 20/05/2007
Reeditado em 02/11/2009
Código do texto: T494716