Anjo Solitário

Os passos vagarosos, vagos passos,

caminham sobre o negro asfalto.

Os olhos – não é possível ver a lua! –

manchados pelos negros fios de cabelo

que derramam lágrimas.

Lágrimas que escorrem pelo céu

da negra noite fúnebre.

as gotas planam seus quilômetros

entre a nuvem e o macio rosto.

Despido para a escuridão, usava...

vestia o negro.

Os pássaros não cantam.

Ah! Os corvos cantam!

Cantam sua marcha...

marcha fúnebre.

Que é aquilo?!... música.

O vento que sopra

não é mais da tempestade...

São as asas do anjo que abanam,

asas negras; solitárias.

Seus sentimentos o machucam!

Seus lábios ainda estão rosados.