(Como é triste ser abandonado)
“A dor do Abandono”

Manhã de sol quente,
Céu azul nas alturas!
Humilde corpo sem vida...
É levado a sepultura...
Quem foi àquele vivente?
Muitos poucos ali presentes!
Quem foi esta criatura?

No local onde dormia!
Numa gaveta ao seu lado...
Deixou as anotações...
Por ela, ali rascunhado!
Anotações do amor...
Pelos que lhe abandonou!
Tudo deixou anotado...!

Ao ser tirada do quarto!
Onde o corpo se encontrava,
Em um asilo singelo...
Onde a mulher lá estava,
Passando parte da vida...
Pela família esquecida!
Ali onde ela habitava.

Seguindo aquele féretro...
Ninguém ali pra chorar!
Pra sentir a falta dela!
Uma lágrima derramar,
Só as pessoas estranhas...
Humildemente acompanha,
Levando-a ao seu ultimo lar.

Sofrimento bem maior!
Nas palavras extravasarão...
Parte deste sentimento!
Grafado, anos a perturbarão;
-lembro de minhas crianças...
Que foi minha esperança!
Abandonaram-me, onde estão?...!

Esta é a dor maior!
Ninguém vem me visitar?
Meus filhos onde andarão?
Que não vem dizer olá!
Se soubessem da tristeza...
Não me deixavam aqui presa,
Sem mesmo poder andar!

Aqui não posso sair!
Somente mãos generosas,
Levam-me pra tomar sol,
São moças muito bondosas!
Que com suas mão me pegam,
E para o jardim me levam...
Moças que são carinhosas.

E com o passar do tempo!
Meus filhos não aparecem,
Pra entrar por esta porta!
E me abraçar pudessem,
Beijando-me com carinho...
Num abraço apertadinho,
Tudo que uma mãe merece!...

Hoje perco a esperança!
Começo a acreditar...
Que eles me esqueceram,
Não mais vem me visitar,
Fico c/ nó na garganta!
Essa dor que se agiganta,
Com lágrimas a derramar.

Um dia alguém me disse...
O túmulo não é o fim!
Esse alguém voltou e disse...
Jesus vive em um jardim!
Já baixou a sepultura!
Mas hoje estar nas alturas...
Tenho fé que seja assim.

Aqui descrevi um fato...
De quem é abandonado!
Internado pelos filhos!
Num asilo desprezado...
Morre de dor, aflição,
Na mais triste solidão,
Fez tanto e não é lembrado...!



//Anízio, 29/08/2006.

Memória da Saudade
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Azsantos
Enviado por Azsantos em 23/05/2007
Reeditado em 03/04/2012
Código do texto: T497694
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