PROCURO-ME

Às vezes, acho-me oco.

Tenho como sentimento algo que desconheço.

É grande o vazio, sem dimensão.

Como sair dele?

Não é fácil.

Aos sessenta e seis anos, não aprendi a viver sem uma companheira.

Ficar só, mesmo junto aos meus familiares e, agradeço por isso, é-me insolucionável.

Nestes momentos, o que consigo fazer é elevar o pensamento e pedir ajuda ao Pai. Não vejo outra forma de manter-me tranquilo.

Preencho-me, mas, de saudades.

Preciso reencontrar-me.

Quero minha vida outra vez,

Porque,

Viver de saudades,

Tudo o que sinto,

Não é palpável.