Solo e Vitrine

A chuva que molha meus pés

São lágrimas doloridas de ingratidão,

Ainda ontem era teu adorado irmão,

Hoje sou lixo escondido de rodapé...

Respingam esperanças em minha face

Desenhadas sob uma égide de disfarce

Que atropelam meus enredos de amor...

Em meu rosto úmido há lira combalida,

Talvez maltratada por cordas opacas,

Partidas perante uma ótica em catarata

Que me deixa cético no enleio da vida.

Chove que inunda meus trôpegos passos...

Cambaleio, mas o solo que piso é de aço

E de algodão a vitrine que expõe minha dor!

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 04/10/2014
Código do texto: T4986603
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