A HORA DO EREMITA

Disse um pássaro-Ele saiu da guarita,
parece bem disposto o eremita,
o único humano em toda a região.
De onde veio, não quiz mais voltar
parece ter gostado desse lugar,
vivendo distante da civilização.
Em seu ranchinho
vive sozinho
gosta da solidão.
Além da porta
só uma horta
e um violão.

Disse outro-Será que sente tristeza?
creio que não,e por gostar da natureza,
que está vivendo aqui no sertão.
As vezes passa horas e horas a cantar
e também nunca o vimos chorar,
vive em silêncio, nosso amigo ermitão.
Alguém na memória?
Foi dele a vitória
e duro seu coração.
O eremita se cala
ou somente fala
com a escuridão.

Na serra, quando o vento e uivante,
parece que seu olhar vai distante
mas não podemos ler sua imaginação.
O que te aconteceu, foi profundo
para atira lo nesse fim de mundo,
onde tem o céu, estrelas e seu barracão.
Em seu mundo pequeno
não o maltrata o veneno,
desabafa na canção.
Esquecerá o passado
será sepultado
na vegetação.

Foto da poetisa Lu Genovez



 
GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 07/10/2014
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