A Chuva
A chuva é triste; mansa ou impetuosa, não me arrisco confronta-la.
Diante de sua força física e psicológica, detenho-me no meu quarto, solitário de mim mesmo.
Na minha penumbra solidão, mau vejo minha sombra que, projetada pela fraca luz que sem permissão, me invade o quarto pela janela, me faz perceber que não estou sozinho.
As poucas gotas gélidas que pendem do teto deteriorado, e me tocam o rosto, se misturam com minhas lágrimas e me afogam num profundo mar de tristeza. O ávido bramido dos trovões são como alarmes de guerra; um ultimo aviso. Com audácia, ignoro o inimigo presente lá fora, prestes a sucumbir-me.
Já é noite, e não mais quero falar da chuva, prefiro o Sol, belo e estonteante, que logo pelo amanhecer, ciente da minha permissão, entrará pela janela da minha mente, penetrará minha consciência, alumiará meu pensamento, e aquecerá minha não mais triste, alma.