Sozinho

Na solidão do quarto, emudeço.

Distante das feras humanas, desabafo.

Com músicas de rádio adormeço.

Nas trevas do sono, tudo faço.

Na solidão do escuro, me calo.

Sem a luz, ver, me perco.

Preso por dentro, não falo.

Deito nas ruínas do meu berço.

Perdido nas trevas, me escondo.

Com medo, não canto, assim padeço.

Noite eterna, nunca se pondo.

Esqueço de tudo, também me esqueço...