Sozinha ao Deserto sem Emoções ( me conheço!)
Não sou bela e uso vestes que escondem a pele
Estou em roupas de moça-recato e sexo virgem
Nunca amei, nem desejei ou jamais parece haver
Estou em calmaria de tesão à espera do príncipe
Fico nervosa em abrir-me com ele, e ser perdida...
Sou assim de óculos, maltrapilha de uns amores!
De rosto liso, alvacenta epiderme, tímida amante
A princesa de algures, senhora de desejos mimos
Na verdade senhorita sonhadora, aquela solitária
Perdida nos sonhos infantes que hoje desfalecem
Os meus lábios enfrentam invernos com desertos
E meu ser íntimo estremece á espreita de alguém
Coração que arde na espremida vontade do amor
Sem ser a querida filha de um destino de solteira
Desejando a felicidade acasalada com esperança!
Sou calma, irriquieta na aparência, trêmula Circe
Meus feitiços são verbos ou palavras discursivas
E mais uma solitária flama me aquece sentimento
E quero aquele que virá, trilhando avenidas fartas
Caminhando trôpego, no gelar-se ou na aventura
Alguem vem de longe, e deseja um conhecimento
Pedirá um outro coraçãozinho, mais quente florido
Estará aos meus pés, diante de meu trono arfante
Olharei a este que de príncipe só terá humanidade
E pedirei que reconquiste meus anseios solitários!
O meu deserto se cobre de flôres com sorrisos...