Terra de Sombras
A neve já cobre as árvores
E ao longe posso ouvir as lamúrias de um povo esquecido
O frio que cobriu nossos corpos com seu suspiro se mostra aterrorizante
Não mais que nossos próprios medos
A melodia que se criou instalou-se em meu peito
Meu coração cheio de vazio suplicou pela volta do calor
A felicidade que pobres solitários tanto almejam
E longe de mim ela estava, imaculada em seu sono profundo e esquecido
Os Cárpatos nos separavam por milhas e milhas de angústias
Nem mesmo o mais nobre dos pássaros pode seu corpo tocar
Nem mesmo o mais nobre dos homens pode seus lábios tocar
Nem mesmo o mais sábio dos velhos pode seu sono despertar
E aquela esperança que carregava comigo não mais pode ser vista
Os sons se foram, e no lugar deles o grito de horror se fez presente
Nessa cavalgada perdida e sem honra que chamamos vida
Você morre em vão, você luta em vão
Não há nada que lhe motive, que lhe guie...e nada restará no fim
O pó de seus ossos a muito se foi levado
Para um norte esquecido, vazio e dissimulado
Para junto de seus antepassados
Para longe de tudo isso, dessa mentira, desse mundo
Entre sombras nem mesmo o vento pode ser sentido
As folhas não tremulam mais...
Ela se foi...
E lhe deixou aquilo que sempre esteve contigo, a solidão
Abraçada a sua alma torpe e entorpecida por drogas tão potentes que
esqueceras até quem és, fora ou será
De nada me valeram tantos anos
De nada, nada, me valeram tuas súplicas antigas emergidas em uma névoa de sombras
E agora, esquecido em meio a branca e cálida neve eu me pergunto...
E agora?