Terra de Sombras

A neve já cobre as árvores

E ao longe posso ouvir as lamúrias de um povo esquecido

O frio que cobriu nossos corpos com seu suspiro se mostra aterrorizante

Não mais que nossos próprios medos

A melodia que se criou instalou-se em meu peito

Meu coração cheio de vazio suplicou pela volta do calor

A felicidade que pobres solitários tanto almejam

E longe de mim ela estava, imaculada em seu sono profundo e esquecido

Os Cárpatos nos separavam por milhas e milhas de angústias

Nem mesmo o mais nobre dos pássaros pode seu corpo tocar

Nem mesmo o mais nobre dos homens pode seus lábios tocar

Nem mesmo o mais sábio dos velhos pode seu sono despertar

E aquela esperança que carregava comigo não mais pode ser vista

Os sons se foram, e no lugar deles o grito de horror se fez presente

Nessa cavalgada perdida e sem honra que chamamos vida

Você morre em vão, você luta em vão

Não há nada que lhe motive, que lhe guie...e nada restará no fim

O pó de seus ossos a muito se foi levado

Para um norte esquecido, vazio e dissimulado

Para junto de seus antepassados

Para longe de tudo isso, dessa mentira, desse mundo

Entre sombras nem mesmo o vento pode ser sentido

As folhas não tremulam mais...

Ela se foi...

E lhe deixou aquilo que sempre esteve contigo, a solidão

Abraçada a sua alma torpe e entorpecida por drogas tão potentes que

esqueceras até quem és, fora ou será

De nada me valeram tantos anos

De nada, nada, me valeram tuas súplicas antigas emergidas em uma névoa de sombras

E agora, esquecido em meio a branca e cálida neve eu me pergunto...

E agora?

Sat
Enviado por Sat em 26/01/2015
Reeditado em 28/01/2015
Código do texto: T5115226
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