Naquela noite

Naquela noite houve um fim

Um adeus se misturando ao sereno

Vi indo embora um pedaço de mim

Sequer um olhar e tampouco aceno

Naquela noite o silêncio nasceu

E prometeu não mais falar

Calou tudo o que era meu e teu

E a alma deixou de brilhar

Naquela noite só restou solidão

Um caminhar vazio sem rumo

Passos dados errantes, sem chão

E a razão perdendo seu prumo

Naquela noite sonhos não houveram

E nenhum pesadelo a me torturar

Ainda assim muitas dores vieram

Em minha companhia resolveram ficar

Naquela noite se impôs o destino

Sem aviso ou pedido de licença

Levou tudo menos o desatino

E deixou o abandono como sentença

Naquela noite... noite igual não há de existir

Nunca mais o pranto será letrado

Não haverei de poetizar nem persistir

No tempo que deve por si só, ser trilhado

Marcelo Scot
Enviado por Marcelo Scot em 03/02/2015
Reeditado em 03/02/2015
Código do texto: T5124264
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