Erma, insólita, verdadeira, castigadora
é esta espera, esta obreira esperança
Disto que assoma crescer como vazio
e estou alerta, sublime ou incompleta

Lá fora sibilam acordes frios, ventanias
Um crescendo dissonante de aguardar
sempre eu a delatar o silêncio cansado
a minha presença a velar e amor inútil

Desejo mais que o bom vento eternizar
Ares delirantes de paixões cimentadas
eu sozinha ao alpendre da janela rude
nessa esperança de respirar libertada

Meu café esfria em mãos tão trêmulas
O olhar rebusca de outra visão celeste
um horizonte cinza não mescla as côres
um sabor aquecido entre lábiios gélidos

Aqui permaneço a só impávida senhora
Deste momento a de donzela imperfeita 
meus anseios cavalgam ventanias nulas
e toda uma verdade lá fora inerte vasta

O frio jamais incomoda, jamais colabora
Torço para que a brisa leve cresça mais
outro que está longe insolente fica perto
nada de mim mesma pertuba calmarias!

Entristece as tardes numa xícara casta
Meus lábios murmuram com torvelinhos
adiante da janela um céu tributa nuvens
por instantes algo sussurra meu nome:
Jú, Jú, Jú.. a esperança falece indigna!
 
Jú, mon amour, terás muito sonhos...
Jurubiara Zeloso Amado
Enviado por Jurubiara Zeloso Amado em 12/03/2015
Reeditado em 12/03/2015
Código do texto: T5167099
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.