Nada mais presta
Foi como se o sol tivesse explodido
E nunca mais houvesse amanhecido
Como se a lua e as estrelas tivessem partido
Me deixado só no universo, perdido e esquecido.
Como se desaparecesse do mundo toda cor
Os espinhos despetalado e dizimado toda flor
O meu corpo fosse subitamente tomado pela dor
E todos os dicionários suprimido e riscado o vocábulo Amor.
Todo mar recuou e se distanciou da esperançosa areia
Bem lá no seu fundo chora inconsolável a silenciosa sereia
Os castelos ruem ante seus agora frágeis pilares
Seu perfume despareceu por completo em todos os ares.
O vento não sopra e se esconde nas ocultas frestas
A vida se estagna e não pole mais as delicadas arestas
Impera no universo o gosto acre e ruim de final de festa
Você se foi e nada, absolutamente nada mais presta.