POETA POR POETA

Não poeta, você não tem o direito,
de matar nenhuma ilusão,
você nasceu para fazer bem feito,
o sonhar de cada coração...

 
Eu te espero e não me peça o contrário,
também eu vivo das mesmas contradições,
cumprindo assim o meu triste fadário,
no cenário das minhas ilusões...

Acha que eu escrevo somente verdades?
Não te iludas com as minhas palavras postas!
Elas se manifestam além da minha vontade,
sem esperar pelas minhas respostas!

Eu te espero como quem espera a aurora,
de um dia que há muito foi embora
e ainda que a razão insista em me lembrar,
eu tento enganar a solidão neste esperar!

Não me peça, pois, que eu não te espere,
deixe que também eu viva esta quimera,
nesta vida que não há nada que tempere,
a ilusão ainda dá gosto a esta espera!

Que importa se você nada sente, 
que finge o amor e a dor?
Importa que assim como mente, 
alimenta a minha ausência de amor!

Deixe que eu te espere, ainda que jamais venha!
Além dos seus versos nada mais me resta...
Empresta-me as suas mentiras, não me detenha 
e eu te darei a ilusão que me completa!

 
Célia Jardim
Enviado por Célia Jardim em 23/04/2015
Código do texto: T5217810
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